segunda-feira, 8 de junho de 2015

Financiamento da cultura passa pela captação de recursos na internet



Crowdfunding, ou sistema de financiamento coletivo, é um modelo que vem ganhando cada vez mais adeptos pelo mundo. Ele não nasce de uma novidade, pois é uma adaptação para a internet da famosa ‘vaquinha’ arrecada com amigos e parentes para ajudar a concretizar um projeto. A diferença do crowdfunding é que ele tem a internet como aliado. Dessa forma, o sistema online funciona numa lógica simples e objetiva: a partir da colaboração financeira de qualquer pessoa pelo mundo, via internet, projetos de qualquer viés podem ser financiados e, assim, concretizados.

A maior vantagem é poder alcançar qualquer pessoa, independente do local de moradia. Consequentemente, é possível ousar nos projetos e tentar financiamentos de atividades maiores. Outra característica do modelo é a rígida organização: os projetos são lançados nas plataformas de financiamento com prazos para captar o dinheiro; e o sistema de captação “tudo ou nada”, em que o dono do projeto só tem acesso ao dinheiro se alcançar toda a verba pedida (podendo ultrapassar esse valor, mas nunca ficar abaixo da meta) – quando não se alcança o valor necessário, o dinheiro é devolvido aos colaboradores. Além disso, geralmente os projetos oferecem recompensas a quem ajuda, que podem variar de produtos a vivências.

O modelo chegou tímido ao Brasil há cerca de três anos, mas sua efetividade tem feito cada vez mais pessoas e grupos pensarem nesse tipo de financiamento. Algumas das plataformas mais conhecidas no Brasil são o Catarse; o Kickante; a Benfeitoria; e a Garupa. Mas cada plataforma dessas apenas se encarrega de “abrigar” as ideias. A divulgação para que o projeto seja bem-sucedido cabe ao idealizador. Dessa forma, mesmo com o sistema de crowdfunding se mostrando bastante acessível e usual, ele não reflete a garantia e a efetividade de projetos.

Uma aposta em Vitória – Cia de Dança Andora

O assunto sobre crowdfunding não é uma realidade distante do âmbito local, na grande Vitória há projetos em processo de financiamento, alguns deles exclusivamente culturais, para financiar atividades como viagens – como é o caso da Companhia de Dança Andora, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

A Cia lançou no início de maio um projeto no Catarse que tem o objetivo de levantar recursos para a viabilização de uma turnê do Grupo no México. Isso porque os integrantes foram convidados para representar o Brasil em dois festivais internacionais, O Festival de Folclore de San Pedro de Atocpan; e o de Zacatecas – um dos mais importantes do mundo e que reúne cerca de mil artistas e mais de 100 mil espectadores.

Lugar para ficar no México, assim como alimentação e locomoção por lá eles já tem garantido. O custo do financiamento coletivo é referente às passagens aéreas do grupo para que os 28 membros da Companhia possam chegar ao país no dia 11 de julho, quando começam os eventos.



"Vimos o financiamento como uma possibilidade diante da nossa situação de não querer deixar que a viagem seja descartada. Lançamos o projeto no site há cerca de três semanas e, devido a nossa inexperiência com esse modelo, ainda não temos o resultado esperado. Mas estamos contanto com pouco mais de trinta dias pela frente para conseguir virar o jogo", conta Bruno Henrique de Paula, integrante da Cia Andora.

Sobre colocar o financiamento coletivo como principal possibilidade de viabilizar a viagem, Bruno Herique explicou que esse foi uma ano atípico para a Cia Andora. De acordo com ele, o sustento de parte das atividades do grupo é viabilizado por meio de parcerias e recursos oriundos de editais culturais. Contudo, nesse ano, o Grupo esbarrou na imprevisibilidade do lançamento do Editais Funcultura 2015 da Secretaria de Cultura do Estado (Secult) - devido ao baixo recurso disponibilizado pela Secretaria e à reivindiação de artistas para que os editais só sejam lançados com verba mínima e pública de R$ 11 millhões. Diante disso, a Cia Andora encarou o financiamento coletivo como uma alternativa mais paupável.

A tarefa de fazer um projeto ser completamente financiado por crowdfunding não é fácil. É preciso um intenso trabalho nas redes socais, ações de arrecadação, mobilização de rede de amigos e sensibilização para que outras pessoas possam conhecer o projeto e apoiá-lo. Nesse momento, a Cia Andora arrecadou cerca de R$ 2 mil dos R$ 33 mil necessários. Segundo Bruno, o projeto demanda de um recurso bem alto e, somado ao pouco tempo de arrecadação, eles acabam, no momento, em desvantagem. Mas a Cia recorre também a outras estratégias.

“Estamos angariando recursos e parcerias com instituições privadas e públicas no intuito de conseguir um apoio significativo. Estamos nesse momento em suspense, mas acreditamos que vamos conseguir, mesmo que seja na última hora - aliás, já aconteceu isso antes, de conseguirmos apoio com poucos dias para uma viagem”, acrescentou Bruno.

A Cia Andora é composta por professores, graduandos, ex-alunos da Ufes e membros da comunidade externa, assim como pessoas de outras universidades de fora do Estado. Ela foi criada em 2008 com o objetivo de ensinar a dança folclórica característica do Estado e do Brasil, como conta Bruno. "Atuamos para formar professores em danças folclóricas. Pessoas que possam levar essa cultura para outros lugares, por isso é importante nossa circulação por diversos ambientes, não queremos formar dançarinos, mas professores em dança folclórica", explica.

Com o início das atividades, o grupo passou a ser convidado para apresentações em diversos locais do Brasil, como Manaus, representando o Sudeste na programação da Copa do Mundo de 2014; já saíram do Brasil e se apresentaram em Portugal, França, Espanha e Alemanha e, dessa vez, planejam ir ao México.

Em fase de finalização – Assédio Coletivo



Enquando a Cia Andora tem pela frente pouco mais de 30 dias para conseguir o apoio de sua viagem, o Assédio Coletivo chega aos dias finais de seu projeto de crowdfunding: o sustento, por mais um ano, da Libre – Casa Coletiva, espaço gerido pelo Coletivo para práticas diversas de produção e fomento cultural.

O projeto foi lançado pela Benfeitoria e tem o objetivo de arrecadar R$ 16 mil. A viabilidade do financimento não está muito longe da concretização, já que o Coletivo arrecadou até o momento cerca R$ 6 mil e, até o próxima segunda-feira (8) – quando se encerra o prazo para colaborar com o projeto – é possível que a Libre consiga o financiamento inteiro diante da mobilização nas redes sociais.

Cerca de 50 pessoas já colaboraram e as atividade do Coletivo seguem firmes para que nos últimos dias haja mais movimentação. O Assédio optou por realizar a divulgação na internet, mas também organizou e participou de eventos culturais em que as pessoas poderiam colaborar diretamente com os membro do Coletivo.

Um comentário:

  1. Você está procurando um empréstimo comercial, empréstimos pessoais, empréstimos hipotecários, empréstimos para carros, empréstimos para estudantes, empréstimos não garantidos para consolidação, financiamento de projetos etc ... Ou simplesmente recusar empréstimos de um banco ou instituição financeira por um ou mais motivos? Somos as soluções certas para crédito! Oferecemos empréstimos a empresas e indivíduos com taxa de juros baixa e acessível de 2%. Portanto, se você estiver interessado em um empréstimo urgente e seguro. Para mais informações, por favor envie um email hoje: Via: Elegantloanfirm@hotmail.com.

    ResponderExcluir